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PESQUISA

01

A Universidade e seus Críticos: A Construção Intelectual do
Anti-Intelectualismo (1950-1990)

Pesquisadora: Alexandra Dias Ferraz Tedesco

Descrição: Essa pesquisa tem como objetivo analisar, nos marcos de uma história intelectual sociologicamente orientada, o surgimento e a circulação de discursos críticos à universidade tal como concebida em seus formatos clássicos, tributários dos modelos alemão, francês e norte-americano. Considera-se que essas críticas, veiculadas a partir de uma rede cultural robusta que se formou a partir dos anos 1940, fazem parte de um projeto intelectual mais amplo, descrito por alguns autores como neoliberalismo mas compreendido, nessa investigação, a partir de sua dimensão anti-institucional. Almeja-se situar as críticas contemporâneas à universidade, bem como os discursos anti-intelectualistas que a constrangem interna e externamente, a partir da historicização de suas premissas e da inserção desse debate no panorama mais amplo da Guerra Fria. Para isso, são levados em conta três níveis analíticos. Inicialmente, são considerados os argumentos internos das obras de divulgação desse ponto de vista, agrupadas em torno do grupo liderado, nos Estados Unidos, por nomes como Friedrich Hayek. Em um segundo observatório, são postos em relevo os registros dos principais eventos intelectuais do pós guerra que contribuíram para a formação dessa transnacional para-universitária, tais como o Colóquio Walter Lippman e a reunião inicial da Mont Pèlerin Society. Finalmente, a análise da reverberação política desses discursos sobre a universidade, sobretudo quando incidiram no debate mais específico sobre os sistemas de ensino, permitirá o registro da circulação dessas ideias e de sua fortuna crítica.

Financiamento: O projeto recebe bolsa de Iniciação Científica CNPq

Bolsista: Lucas do Couto Soares

02

LPPE “sem muros”: produção e divulgação de material didático e conhecimentos sobre História Contemporânea através de mídias sociais e plataformas de áudio e vídeo

 

Coordenadora: Angela Maria Roberti Martins

Descrição: Trata-se de um projeto de produção e divulgação científica que mobiliza a reflexão acerca da interface entre a produção de material didático e o conhecimento histórico no espaço acadêmico, mais especificamente no Laboratório de Pesquisa e Práticas de Ensino em História (LPPE), sua potencialidade para uso no ensino da disciplina História na Educação Básica e as diferentes formas de divulgação desse mesmo conhecimento fora dos muros da universidade. Problematiza a utilização das chamadas mídias sociais e plataformas de áudio e vídeo por historiadores interessados em se valer delas para elaborar e difundir seus projetos e resultados de pesquisa na área de História Contemporânea. Nutre-se das contribuições advindas da História Pública, considerando não só a necessidade de divulgar o conhecimento histórico a um público mais amplo, além da academia, mas de construí-lo a partir de outros pressupostos, que tanto levam em consideração os processos sociais, suas mudanças, tensões e conflitos, quanto englobam os bolsistas do LPPE, alunos do curso de História da UERJ, por entender que é preciso estar atento às suas demandas sociais, políticas e identitárias, mobilizando-os para um trabalho colaborativo e dialógico. Situados, pois, em uma relação horizontal, pesquisadores e bolsistas do LPPE, dão vida a uma experiência dialógica, integrada e compartilhada na produção e divulgação do conhecimento histórico, enfrentando o desafio de transformar pesquisas acadêmicas em materiais multimídias e em programas de áudio e vídeo para compartilhar conteúdos por meio das mídias sociais. E última instância, pretende-se que a UERJ, uma universidade pública, de qualidade e referenciada socialmente, aproxime-se da sociedade e da cultura que a cerca, fortalecendo, cada vez mais, seu desenvolvimento institucional.  

Pesquisadores: Alexandra Tedesco; Flaviano Isolan. 

Financiamento: Esse projeto conta com financiamento da UERJ por meio do Programa PROINFRA.

03

Laboratório de Pesquisa e Práticas de Ensino em História: produção de material para ensino de História na Educação Básica e para a formação do historiador

Coordenadora: Angela Maria Roberti Martins

Descrição: Este projeto de apoio técnico às atividades de pesquisa, ensino e extensão do LPPE, é voltado à produção de diversos materiais com temas pouco abordados na formação do profissional de história (licenciatura e bacharelado) durante sua graduação, servindo como apoio e dinamização de seu uso a partir das tecnologias de informação, como a mídia digital e a internet, principalmente, mas, também, daqueles materiais de produção tradicionais impressos. Concentra-se, muitas vezes, em temas com poucos materiais disponíveis para o trabalho com a disciplina de História nas salas de aula da Educação Básica. O foco tem sido a produção de conteúdo sobre a História Contemporânea, com destaque para o anarquismo, a América Latina, questões da decolonialidade, além de informações para a construção crítica de uma cidadania atravessada pelo saber histórico. Em geral, essa produção tem sido publicada nas diversas redes sociais já consolidadas do LPPE, incluindo o trabalho de vídeos e podcasts, com alcance nacional e mesmo internacional. Destaca-se, dentre os principais aspectos acadêmicos do projeto, seu aporte interdisciplinar e sua possibilidade de contribuir para a construção de ferramentas de apoio aos licenciados e aos professores da área de História e mesmo de outros campos do conhecimento.

Financiamento: Esse projeto conta com uma bolsa PROATEC concedida pela UERJ.

Bolsista: Patrick Dansa

04

Por uma nova maneira de conceber e viver o amor e a sexualidade: Domingos Ribeiro Filho e a escrita libertária (Rio de Janeiro, 1904-1919)

Pesquisadora: Angela Maria Roberti Martins

Descrição: A pesquisa incide sobre a produção literária do escritor Domingos Ribeiro Filho (1875-1942), explorando os traços dos “romances de combate e de escândalo”, que evidenciam um certo perfil ideológico, ilustrado por cultivar o “gênero da literatura social” e o clamor à “propaganda das ideias libertárias”. Problematiza, em especial, a questão de gênero, com destaque para as concepções sobre os papéis sociais-sexuais de homens e mulheres, as ideias e práticas voltadas ao amor e a sexualidade.

Financiamento: FAPERJ – APQ1 2022-2024

05

Escritas e vivências de Domingos Ribeiro Filho na belle époque carioca: o escritor, o jornalista e o libertário

Pesquisadora: Angela Maria Roberti Martins

Descrição: A pesquisa apresenta as expressões escritas do escritor libertário Domingos Ribeiro Filho (1875-1942), sobretudo sua produção literária, como importante documento de referência para os estudos da chamada “literatura anarquista”, pois nela encontram-se dados que marcam as intenções do autor no sentido de fazer larga semeadura dos princípios libertários. Pretende-se explorar os traços da “literatura de combate” e dos “romances de escândalo”, que evidenciam um certo perfil ideológico, ilustrado por cultivar o “gênero da literatura social” e o clamor à “propaganda das ideias libertárias”. Os registros de sua literatura de ficção, representados por romances, contos e peças de teatro, bem como de seus textos jornalísticos, como crônicas e artigos de opinião, revelam, a princípio, certo alinhamento ao projeto de transformação social, moral e sexual dos libertários nos primeiros anos de vida republicana no país, época em que as ideias e práticas anarquistas no Brasil tiveram maior repercussão. O escritor oportunizou-se de suas expressões escritas não só para analisar e criticar os valores da sociedade estabelecida como também manifestar sua visão de mundo, seus desejos e sensibilidade. Centrando a análise nas expressões escritas do autor e no contexto social da belle époque na urbe carioca, a pesquisa será desenvolvida a partir de três movimentos: examinar a crítica elaborada pelos contemporâneos de D. Ribeiro Filho a fim de conhecer as primeiras impressões sobre seus livros e a avaliação feita sobre o autor e o conjunto de sua obra em um processo histórico determinado; traçar o perfil político-literário de D. Ribeiro Filho, as características e os elementos de sua literatura e a contribuição que deixou no campo das ideias e das lutas com as quais se envolveu; descortinar as razões pelas quais este escritor libertário foi excluído das antologias que oficializaram determinado saber e suas obras suprimidas do corpus literário organizado pela história da literatura canônica.

Financiamento: Projeto contemplado no Programa de Incentivo à Produção Científica, Técnica e Artística - PROCIÊNCIA 2020 (UERJ-FAPERJ).

06

Anarquismo, imprensa e imagens

Pesquisadora: Angela Maria Roberti Martins

Descrição: O projeto aborda a dimensão política da imprensa libertária, tomada nessa referência como espaço privilegiado de crítica social e de projeção de um ideal. Para tanto, recorre ao vocabulário político e às imagens gráficas presentes em alguns dos mais importantes periódicos que circularam no eixo Rio-São Paulo nas primeiras décadas do século XX. Reflete sobre a dimensão das imagens na dinâmica social vivida pelos militantes anarquistas, considerando não só a prática libertária e a experiência social, mas também a questão da percepção e das sensibilidades. Contempla, para além de uma reflexão sobre o ideário e uma perspectiva de gênero, os modos de ver, de pensar, de sentir, de imaginar, de representar, a partir de imagens visuais e verbais (re)construídas/difundidas pelos libertários, perscrutando a experiência libertária pelo ângulo das representações e seu diálogo com o plano do imaginário.

Financiamento: não.

07

Gênero e sexualidade na literatura social libertária de Domingos Ribeiro Filho (Rio de Janeiro, 1903-1913)

Coordenadora: Angela Maria Roberti Martins

Descrição: A pesquisa incide sobre a literatura social libertária do escritor Domingos Ribeiro Filho (1875-1942), tomando-a como importante documento no enfrentamento e na resistência aos dispositivos consagrados de gênero e sexualidade, vigentes no país no início do século XX. Partindo de produções críticas à moral sexual e à situação social da mulher, como novelas, romances e contos do autor, a investigação debruça-se sobre as temáticas centrais relacionadas à sexualidade como amor, ciúme, casamento, infidelidade feminina, virgindade, desejo carnal, iniciação e prazer sexual, relações homens-mulheres, relações entre mulheres. Pretende-se, assim, investigar os significados políticos das críticas aos padrões culturais dominantes expressas nos textos de ficção, apresentando e discutindo as contribuições de Ribeiro Filho tanto para o debate das problemáticas que envolvem a dimensão de poder no âmbito das relações de gênero quanto para o projeto de transformação social, moral e sexual dos libertários.

Financiamento: O Projeto recebe bolsa de Iniciação Científica da FAPERJ (2021-2024).

Bolsista: Júlia Crelier

08

Palavras e imagens no combate aos fascismos: anarquismo, antifascismo e imprensa (1922-1945)

Coordenadora: Angela Maria Roberti Martins

Descrição: A pesquisa busca identificar e analisar textos e gravuras de combate aos fascismos nos jornais A Plebe e A Lanterna, para discutir as bases da luta antifascista dos anarquistas entre os anos 1922 e 1945. Repletos de opiniões e posições, estes periódicos estão permeados de valores, constituindo um campo de tensões no qual surgem referências variadas aos fascismos, destas serão privilegiadas aquelas que mobilizam uma resistência antifascista em dimensão local, regional, nacional e transnacional. 

Financiamento: Iniciação Científica FAPERJ (2022-2023)

Bolsista: Júlia Malheiros

09

Construindo perspectivas do sul global: a Revista Cadernos do Terceiro Mundo, o fim da Guerra Fria e a “nova ordem”

Coordenador: Flaviano Isolan

Descrição: O presente projeto faz parte das atividades do Laboratório de Pesquisa e Práticas de Ensino em História (LPPE), do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UERJ e pretende iniciar, de forma sistemática, um campo de pesquisa que tem a revista Cadernos do Terceiro Mundo como objeto central. O projeto pretende analisar as abordagens da Cadernos acerca dos eventos, desdobramentos e debates sobre os dois pólos principais da Guerra Fria: o ocidente (principalmente os EUA) e os países do leste europeu (incluindo a (ex)URSS). A proposta é analisar como a Cadernos - ao debater o fim da Guerra Fria, a crise e os desdobramentos do bloco socialista, a nova ordem nas relações internacionais, o neoliberalismo e as crises daí advindas – também contribuiu para construir a perspectiva de análise (histórica e política) que hoje conhecemos por “sul global”. Este projeto, portanto, propõe uma pesquisa em dois pontos ainda muito pouco explorados sobre a Cadernos: um recorte temporal mais recente (desde o fim da guerra da Guerra Fria até os anos iniciais do século XXI); e uma abordagem sobre as coberturas da Cadernos acerca dos eventos e países do hemisfério norte.

Bolsistas: Gabriel Albuquerque; Gabriel Farias

Financiamento: FAPERJ (Bolsa IC), Bolsa UERJ – EIC

10

“É o afeto que faz segurar a barra”: História, memórias, resistências e sensibilidades na trajetória de Jessie Jane Vieira de Souza durante a ditadura e redemocratização no Brasil

Coordenadora: Izabel Pimentel

Descrição: Este projeto tem por objetivo principal analisar a trajetória de Jessie Jane Vieira de Souza e, através desta, discutir também importantes temas relacionados à ditadura e ao processo de redemocratização no Brasil, como resistências, participação feminina nas esquerdas revolucionárias, repressão e prisão políticas, clandestinidade, violência de gênero, maternidade em situações-limite, infância atingida pela repressão, Justiça de Transição e a construção de memórias acerca do passado autoritário brasileiro. Jessie Jane Vieira de Souza é uma das muitas mulheres brasileiras cujas vidas foram atravessadas pela ditadura civil-militar, iniciada com o golpe de 1964. Jessie foi militante de uma das dezenas de organizações revolucionárias que atuaram no Brasil nas décadas de 1960 e 1970. Vivenciou a clandestinidade, a repressão, a morte de companheiros, a prisão. Foi a militante política que ficou mais tempo presa durante a ditadura. Enfrentou distintas formas de tortura e violência física, psicológica e de gênero. Foi a primeira presa no Rio de Janeiro a receber visitas íntimas. Ainda na prisão, casou, engravidou e deu à luz sua filha única. Em liberdade, participou da luta pela anistia e pelas liberdades democráticas durante o processo de redemocratização no país. Continua ligada às lutas por memória, verdade e justiça no Brasil. 

Financiamento: PDS/FAPERJ

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